O objetivo do estudo foi analisar retrospectivamente, quanto ao perfil clínico, laboratorial, epidemiológico e evolutivo a casuística da síndrome de Guillain-Barré no Instituto da Criança, entre 1989 e 2000. Preencheram os critérios de seleção 61 pacientes, com idades entre 7 meses e 13 anos, e não se observou variação entre sexos nem sazonal. Em 62,3% houve uma afecção precedendo o quadro neurológico, num tempo médio de 20,7 dias; 55% apresentaram acometimento de nervos cranianos, 27,9% distúrbios disautonômicos e 27,9% comprometimento respiratório. A fase de progressão variou de 2 a 40 dias, a de platô de 0 a 28 dias e a de recuperação de 30 a 480 dias e 94% tiveram recuperação total. A eletroneurografia, em 20 pacientes, mostrou padrão desmielinizante em 15, padrão axonal puramente motor em 4 e padrão misto em 1. Os resultados não diferiram dos encontrados na literatura, mas os meninos e os pacientes na faixa etária superior apresentaram maior tempo de recuperação total. Não foi possível estabelecer relação entre resultados da ENMG e o quadro clínico e evolutivo em vista do pequeno numero de pacientes com esse exame.
The aim of the study was to analyze the epidemiologic, clinical, laboratory and development profile of Guillain-Barré syndrome series studied at the Child Institute, between 1989 and 2000. From the 61 patients that fulfilled the selection criteria, aged between 7 months and 13 years old, no sexual or seasonal variation was observed. Clinical events prior to neurological symptoms (with an average time gap of 20.7 days) were observed in 62.3%, 55% had cranial nerve disturbances, 27.9% dysautonomic symptoms, and 27.9% respiratory dysfunction. Installation time varied from 2-40 days, plateau from 0-28 days and recuperation from 30-480 days; 94% of patients had a complete clinical recuperation. Electrophysiology in 20 patients disclosed an abnormal demyelination pattern in 15, an exclusively motor axonal pattern in 4 and a mixed pattern in 1 patient. The results obtained did not differ from those in the literature but it was observed that boys and older children had a longer recuperation time. It was not possible to correlate electroneurography with clinical abnormalities and evolution due to the reduced number of patients.